FASES DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL


FASES DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL (SIGMUND FREUD)







 - Estádio Oral ( do nascimento aos 12/18 meses)
Na fase oral, o prazer é autodirigido e associa-se à alimentação. A estimulação da boca (sugar, morder, etc.) tem como finalidade a ingestão de alimento. Nesta idade, a criança está muito dependente do mundo que a rodeia, principalmente da figura materna. Segundo Freud, se há uma fixação exagerada neste estádio , há tendência para comportamentos como comer, beber, beijar e fumar. Uma passagem com sucesso neste estádio gera dependência e confiança por parte do bebé. É neste estádio que se forma o ego.

 - Estádio Anal (dos 12/18 meses aos 3 anos).
A fase anal acompanha a maturidade fisiológica para controlar "as suas necessidades" (os esfíncteres)e, por isso, a atenção da criança dirige-se da zona oral para a zona anal. Essa mudança proporciona outro meio de gratificação e de prazer sexual, o erotismo anal. Assim, a pulsão tem como fonte a zona anal e como finalidade a retenção/libertação das fezes e da urina. Neste estádio, há um reforço do superego.

 - Estádio Fálico (dos 3 aos 6 anos)
A principal zona erógena das meninas, na fase fálica, localiza-se no clítoris que, segundo Freud, é equivalente à glande (zona genital masculina), havendo uma aproximação à sexualidade adulta (centrada nos genitais). Ocorre, nesta fase, o desfecho do Complexo de Édipo/Electra e a criança, que estava mais ligada ao agente prestador de cuidados do sexo oposto ao seu, passa a identificar-se com o cuidador do mesmo sexo.
  
 - Estado Latência (dos 6 anos à puberdade)
Embora este período constitua uma pausa na evoluçãoda sexualidade, isto não significa necessariamente que a criança não tenha interesse sexual até chegar à puberdade. De facto, o que acontece é que neste período não ocorre uma nova organização da sexualidade, havendo um acalmar das pulsões (que separa as fases turbuulentas anteriror e subsequente).
 - Estádio Genital (da puberdade à idade adulta)
A fase genital ocorre quando as pulsões parciais estão definitivamente integradas e regidas pela primazia genital específica de cada sexo. Este é, segundo Freud, o estádio final do desenvolvimento libidinal onde o objecto de prazer deixa de ser autodirigido para passar a estar integrado numa relação íntima.



FASE DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL (ERIK ERIKSON)
Fase I - Confiança vs Desconfiança (0 - 1 ano)
Esta etapa tem como tarefa o desenvolvimento da segurança, sem desaparecimento da capacidade de desconfiar. Se os cuidadores fornecem à criança familiaridade, consistência e continuidade, a criança desenvolve um sentimento de segurança. Mas se os cuidadores não conseguem proceder desta forma, a criança desenvolve um sentimento de insegurança e tende a ser apreensiva e desconfiada em contextos sociais. O mais importante é procurar o equilíbrio entre confiança e desconfiança, desenvolvendo na criança uma atitude intermédia entre confiar em demasia e  desconfiar plenamente. Este equilíbrio permitirá o desenvolvimento da Esperança.
Fase II - Autonomia vs vergonha e Dúvida. (2 - 3 anos)
Esta etapa tem como tarefa o desenvolvimento da autonomia, sem o desaparecimento da vergonha e dúvida. Se os cuidadores permitem que a criança explore e manipule o meio, esta tende a desenvolver uma atitude de autonomia e independência. Mas se substituem a criança em todas as acções de interacção com o meio, ela tende a ter sempre dúvida e vergonha quando necessita de desenvolver essas acções sem ajuda. O mais importante é prourar o equilíbrio entre autonomia e dúvida, desenvolvendo na criança uma atitude intermédia entre ser muito dependente(impulsividade) e muito cautelosa (realização de tudo muito correctamente para evitar erros). Este equilíbrio permitirá o desenvolvimento da Determinação.
Fase III - Iniciativa vs Culpa (3 - 6 anos)
Esta etapa tem como tarefa o desenvolvimento da iniciativa, sem a existênciade sentimento exagerado de culpa. Os cuidadores devem promover a procura de soluções, a criatividade e a curiosidade, estando atentos à possibilidade de poderem fazer emergirjuízos morais que façam predominar a culpa na criança. O mais importante é prourar o equilíbrio entre iniciativa e culpa, desenvolvendo na criança uma atitude intermédia entre ter muita iniciativa(crueldade de seguir os próprios objectivos sem se preocupar com os outros) e e ter muita culpa (inibição para a acção pela crença de que mais vale não agir para não se sentir culpado). Este equilíbrio permitirá o desenvolvimento da Coragem.
Fase IV - Mestria vs Inferioridade (7 - 12 anos)
Esta etapa tem como principal tarefa o desenvolvimento da capacidade construtiva ou de mestria com manutenção de um certo nível de sentimento de inferioridade. Os cuidadores e professores, que são as pessoas que passam mais tempo com a criança) devem desenvolver a noção da importância da concepção de um plano, mas também da sua execução com êxito. Se o contexto social não for reforçador, poderá desenvolver-se um sentimento de inferioridade ou incompetência. O mais importante é procurar o equilíbrio entre construtividade e inferioridade, desenvolvendo no pré-adolescente uma atitude intermédia entre ser muito  virtuoso e sentir inferioridade. Este equilíbrio permitirá o desenvolvimento da Competência.
Fase V - Identidade vs Confusão de papéis ou Identidade do Ego vs Difusão do Ego (12 - 18 anos)
Esta etapa tem como principal tarefa o desenvolvimento da identidade pessoal evitando-se a confusão de papéis. Esta tarefa é facilitada pela presença de adultos e modelos de papéis responsáveis e socialmente adequados, pela existência de canais de comunicação abertos e claros e ainda pela existência de rituais de passagem bem definidos. Esta é a fase de espera dos compromissos adultos onde o adolescente tem espaço para procurar alternativas e experimentar papéis que permitam a sua "organização interna". O mais importante é procurar o desenvolvimento de uma identidade equilibrada, sem um compromisso radical com determinado papel social e sem espaço para tolerância (fanatismo) e sem um evitamento claro do compromisso (repulsa). A passagem adequada por esta etapa permite o desenvolvimento da Fidelidade, capacidade para viver de acordo com os padrões sociais apesar das suas imperfeições, faltas e inconsistências.
Fase VI - Intimidade vs Isolamento (18 - 30 anos)
Esta etapa tem como principal tarefa o desenvolvimento de um certo grau de intimidade, atitude oposta ao isolamento. Esta tarefa implica a possibilidade de estar com outros com quem se possa desenvolver relações de amizadee relações íntimas e conseguir desenvolver a afectividade que lhe está subjacente. O mais importante neste etapa é atingir este ponto, evitando o excesso de envolvimento, partilha e abertura, sem respeito pela intimidade (promiscuidade) e o excesso de isolamento (exclusão). A passagem bem sucedida por esta etapa conduz ao desenvolvimento do Amor, capacidade para ser tolerante e respeitar as diferenças e antagonismos.
Fase VII - Produtividade vs Estagnação (30 - 50 anos)
Esta etapa tem como principal tarefa o desenvolvimento de um equilíbrio apropriado entre produtividade e estagnação. A produtividade deve ser entendida como uma extensão do amor às gerações futuras e a estagnação como um investimento auto-dirigido ou a ausência de investimento. Esta é a etapa da "crise de meia-idade", onde o mais importante é conseguir o equilíbrio entre uma produção excessiva que impede o tempo para actividades pessoais e individuais e uma ausência de investimento, contribuição e participação. A passagem bem sucedida por esta etapa conduz ao desenvolvimento do Cuidado, capacidade para expressar preocupação, para cuidar das pessoas e compartilhar com elas o conhecimento e experiências adquiridas.
Fase VIII - Integridade vs Desespero (50 anos em diante)
Esta etapa tem como principal tarefa o desenvolvimento da integridade pessoal. É considerada uma etapa difícil porque se caracteriza, frequentemente, pelo isolamento social e pelo surgimento de sentimentos de inutilidade. Desenvolver um sentimento de integridade significa atingir o final da vida e olhar para trás aceitando o curso e acontecimentos passados, assim como as decisões tomadas, com um sentimento de "dever cumprido".  O mais importante nesta etapa é atingir este sentimento de integridade sem demasiado orgulho ou desatenção às dificuldades e sem desânimo face ao curso de vidad esenvolvido. A passagem bem sucedida por esta etapa conduz ao desenvolvimento da Sabedoria, capacidade de se ser grato pela experiência de vida e de se ter genorosidade de espírito.

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