Complexo de Electra e Edipo





O complexo de Electra é baseado num mito grego segundo o qual Electra, para vingar o pai, Agamêmnon, incita seu irmão Orestes a matar a mãe, Clitemnestra, e o seu amante Egisto, que tinham assassinado Agamêmnon.
A menina vive este complexo, mas neste caso sente inveja do pénis, originando o denominado complexo de Electra.
A menina, nesta fase, sente uma espécie de frustração e ressentimento para com a mãe, culpabilizando-a por não possuir o pénis, este é um momento crítico no desenvolvimento feminino.
Segundo Freud: "A descoberta de que é castrada representa um marco decisivo no crescimento da menina.
Daí partem três linhas de desenvolvimento possíveis: uma conduz à inibição sexual ou à neurose, outra à modificação do caráter no sentido de um complexo de masculinidade e a terceira, finalmente, à feminilidade normal"(1933, livro XXIX, p.31).
Inicialmente, tal como nos meninos, é para a mãe que são dirigidos os impulsos eróticos da menina, mas por considerar-se castrada pela mãe, ela procura nas excitações clitorianas a resposta para o que a diferencia anatomicamente do menino, mas a  expectativa de que  o clitóris cresça e se transforme num pênis é logo descartada. O que gera um sentido de frustração para a com a mãe, quando ela sente que precisa abandonar o foco do clitóris para a vagina e canalizar o amor que sentia pela mãe no amor paterno.

A menina deseja "ter" o seu pai e vê sua mãe como a maior rival.
A menina tenta seduzir o pai e, se o casal for funcional, quem vai fazer o rompimento é a mãe, esclarecendo  a filha de que ele é o pai dela e marido da mãe.
É num primeiro momento um choque entre mãe e filha, mas através de um bom relacionamento de troca e identificação com a mãe (colocar os cremes da mãe, o batom, os sapatos, as roupas) termina aqui o complexo de Electra.








O complexo de Édipo pode ser explicado pela lenda segundo a qual,o oráculo profetiza a Laio que o seu próprio filho o matará, e tomará por esposa a mãe.
Depois de ouvir isto Laio ordena que perfurem os pés do seu filho recém-nascido – uma castração simbólica – e que o abandonem nas montanhas.
De tal modo o pai, ao abandonar o filho nas montanhas  impede o acesso e contacto com a  sua mãe.

A descoberta do órgão genital dá início ao Complexo de Édipo. O menino ao descobrir o pénis  cria a necessidade de procurar um objeto que permitirá a obtenção de prazer, ou seja, segundo Freud, um elemento do sexo oposto, neste caso, a Mãe.
Porém, se tudo ocorrer de maneira funcional, a criança "entende" que a mãe tem um outro "objeto de desejo" que é o seu pai.
É quando acontece a "triangulação" ou a questão "edipiana".
Partindo da psicanálise, podemos afirmar que, esse é um período essencial para a estruturação da personalidade e a base da identidade das pessoas..
É uma fase complexa, confusa para a criança, embora o menino veja o pai como rival, pelo desejo que ele sente e a necessidade da atenção e proximidade com a mãe, ao mesmo tempo, precisa e quer o amor do pai, com quem se identifica.
É nesse sentido que a mãe também passa a ser vista com rivalidade.
Nesta fase, acontece o primeiro choque entre Pai e Filho, pois é o Pai que faz e deve fazer esse rompimento acontecer, segundo Freud.
O menino  vê-se em conflito, entre a internalização do pai e o desejo de ser como o pai, para ter uma mulher como a mãe.
Freud aponta que, neste momento, acontece a primeira identificação masculina, o que torna fundamental a presença de um pai amoroso, consciente do seu papel masculino e da vivência de um relacionamento equilibrado e afetivo entre o casal.
É um momento de construção da identidade masculina do menino, na formação da sua personalidade.

Segundo Freud, mesmo na impossibilidade da presença do Pai, este corte deve ser feito  por outro homem, de preferencia masculino como tio ou avô.
Outra situação ocorre quando o pai (sexo masculino) ocupa um papel feminino na relação do casal e a mãe (sexo feminino), ocupa um papel masculino,
e nesse caso ela faz o corte, diante da inversão cultural de papéis, nos casos em que o casal aceita esta inversão e vive em harmonia, a própria mãe ao fazer o rompimento,
por ser ela a que ocupa o papel masculino no relacionamento, acaba explicando ao filho que ela tem o seu namorado (que é o pai), não impedindo que o filho faça a identificação com o pai,
devido a relação harmoniosa e afetiva que o filho vivencia. Mas, ao mesmo tempo, que o filho se identifica com o pai, ele procura na mãe, referenciais para a formação de sua identidade e personalidade,
podendo  tornar-se um homem com maior sensibilidade como o pai e buscará uma mulher para se relacionar que tenha características fortes como as da mãe. Ainda assim, é possível haver um equilíbrio no seu desenvolvimento afetivo-sexual.
No entanto, pode haver um Complexo de Édipo disfuncional, quando um casal vive uma relação na qual há a troca da função de papéis, mas esta não se dá de forma harmoniosa.
Em casos assim, a mãe sente-se visivelmente desconfortável na relação. A existência de conflitos entre o casal impede que o filho se identifique com o pai, ou seja, a própria mãe cria barreiras verbais ou não verbais que fazem com que o filho não queira ser como o pai.
E então, o filho (sexo masculino) acaba por criar uma referência masculina a partir do papel exercido pela mãe, podendo buscar encontrar um outro homem (gênero masculino, mas com figura feminina), o papel feminino (como o pai), o que caracterizaria um complexo de Édipo disfuncional e truncado.


1 comentário:

  1. Nos dois complexos encontramos os pais como responsaveis da chamada da sensacao inicial das criancas, isto porque, as criancas podem crescer quando separadas de varias ocasioes de afectos, como beijos, caricias entres outros factores que os pais contribuem bastante no comeco sexual dos filhos.

    Um/a filho/a nao pode comecar a ter um pensamento sexual sem comecar pela ambicao que os seus familiares mais crescidos fazem. Assim as criancas aprendem atraves das emocoes e imitacoes dos que fazem os mais velhos. Os beijos por exemplo deveriam ser dados longe das criancas porque elas depois imitam do que viram.

    Autor Calisto Abudo

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